Agrojor fala sobre desafios de comunicar o agro brasileiro em evento nos EUA
A Rede Brasil de Jornalistas Agro (Agrojor) participou nesta semana de um encontro promovido pela Rede de Comunicadores Agrícolas dos Estados Unidos (ACN, na sigla em inglês), em St. Louis, no estado de Missouri. O worshop para jornalistas do meio-oeste americano foi realizado no Danforth Plant Science Center, considerado o maior instituto independente de pesquisa de plantas do mundo. Durante o evento, a vice-presidente internacional da Agrojor, Joana Colussi, falou sobre os desafios de comunicar o agronegócio brasileiro no exterior e as atividades desenvolvidas pela entidade lançada oficialmente no Brasil em 2022. “O Brasil é uma potência agrícola que tem muitos desafios. Mas, o que se vê majoritariamente é muita desinformação circulando sobre a agricultura brasileira, especialmente fora do país”, disse Joana, pós-doutoranda na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, que reside nos EUA desde 2020. Ao apresentar o uso e a ocupação da terra no Brasil, a jornalista brasileira indagou aos quase 50 comunicadores agrícolas americanos se eles sabiam do que se tratava, ao explicar que a cobertura de vegetação nativa ocorre em áreas privadas, conhecida como reserva legal e regulamentada pelo Novo Código Florestal Brasileiro, um conjunto de leis regulamentas em 2012. A maioria dos presentes não sabia sobre a obrigatoriedade de preservar um percentual das propriedades rurais para assegurar o uso econômico e sustentável dos recursos naturais. Esse tipo de legislação é inexistente nos Estados Unidos, e na maioria dos principais países produtores de alimentos. Ainda durante o evento, foram discutidos temas como o uso da inteligência artificial na indústria de comunicação. Amy Simons, professora da Universidade de Missouri, e Greg Horstmeier, editor chefe da DTN/Progressive Farmer, discutiram como o uso dessas ferramentas está sendo introduzido nos trabalhos diários dos jornalistas agrícolas e apresentaram resultados preliminares de uma survey com líderes editoriais. “Os níveis de percepção e de uso dessas ferramentas ainda são variados. Mas uma coisa é fato, é uma transformação que teremos que nos adaptar. Foi assim com a chegada da internet, das redes sociais, e agora será com a inteligência artificial”, afirmou Amy, acrescentando que apesar de questões éticas e de competição, o uso de IA tende a trazer benefícios como reduzir trabalhos braçais e aumentar os insights intelectuais. Assim como a Rede Agrojor, a Rede de Comunicadores Agrícolas dos Estados Unidos é afiliada à International Federation of Agricultural Journalists (IFAJ). A associação proporciona aperfeiçoamento profissional e networking através de eventos anuais como workshops regionais, congressos internacionais e outras comunicações como o The Byline, um boletim informativo semanal. Os membros da ACN incluem editores, escritores, fotojornalistas, designers e profissionais de relações públicas.